sábado, 18 de setembro de 2010

Comer Comer!

Foto de Luís Gonçalves


Comecei hein? Coloquei em prática as orientações do Dr. Eduardo.

Meu princípio era comer de 3 em 3 horas e beber muita água. Para isso, de um dia para o outro, transformei minha alimentação em uma atividade controlada e planejada. Era mais ou menos assim:
07h: Sanduíche de pão integral com uma fatia de peito de peru + uma colher de requeijão light ou queijo frescal + um fiozinho de azeite extra virgem + salada (tomate, cebola, alface, etc) + suco light, iogurte light ou Yakut.

10h: Barra de cereal ou fruta.

13h: Três colheres de arroz integral + duas colheres de feijão carioca ou fradinho + carne (frango ou peixe, sempre grelhados) + salada à vontade (normalmente crua) + fruta.

16h: Barra de cereal ou fruta ou iogurte.

19h: Sanduíche igual ao de 07h ou salada com carne (como no almoço).

22h: Suco ou chá ou fruta.

Esse primeiro passo então, me fez comer várias vezes e com poucas quantidades. 

Isso é complicado? NÃO. Quem complica é a gente...

Quem nos controla é a gente!



sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pra mudar tem que começar!



Eu saí do endócrino com orientações alimentares. Nada muito diferente do que já tinha recebido nos médicos que já tinha ido, nas revistas com dietas (com excessão das dietas sem noção - da Lua, da Sopa; e das dietas específicas - só proteínas, zero carboidrato...)

Então, por que será que dessa vez deu certo?

Que boa pergunta, hein?

Eu pensei muito antes de respondê-la pra mim mesmo. E a resposta foi: Porque eu resolvi seguir.
É simples. Vou fazer o que o médico orientou. Eu fiz!

Ainda não podia fazer exercícios. Aliás, no começo da mudança alimentar, eu fazia hidroterapia duas vezes por semana, para a recuperação do meu tornozelo. Mas ainda não era uma atividade física voltada para o emagrecimento...

- Sim, Gustavo. Mas dieta é muito chato! Ningém merece...
- Deve ser mesmo, meu bem. Por isso que eu fiz uma reeducação alimentar. Porquê eu mereço.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Saindo do escuro



Eu nunca tive medo de dentista, mas sabe uma coisa que eu queria distância? Ir ao endócrinologista.

Eu tenho lembranças desde criança das idas ao endócrino. O que me chateava era a impressão de que sempre falavam a mesma coisa: "Gustavo, você tá muito acima do peso. Precisa emagrecer."

Aquilo me cansava. "Hã? Você acha que estou acima do peso? Meu espelho também acha, minha mãe reclama e minha vó então..."

Fazia um tempão que eu não ia. E no começo de 2010, ainda na cadeira de rodas pra sair de casa, lá vem a senhora minha mãe decretando: "Tem mais consultas marcadas pra gente, viu (eu já tinha passado pelo cardiologista) A próxima é com um endócrinologista." Eu respondi prontamente: "EU NÃO VOU." Ela: "Vai sim, bla bla, pressão alta, bla bla, o filho da minha colega perdeu 40kg, etc etc etc..." (Bla bla no sentido mais amoroso que se possa apresentar.

Fui lá. E lembrei que naquele dia tinha oftalmo também. Fiquei na sala de espera e o médico aparece, dizendo que ia trocar para uma sala reserva, pois para chegar na dele teria que subir escadas. Eu estava distraído e quando ele falou comigo no primeiro momento, achava que ele era o oftamologista. Já dentro da sala, depois de explicar a trama do pé imobilizado, ele veio com as perguntas chaves: peso, altura... Ficha caiu, né?

Todo torto pesei-me, mediu-se e olha só o resultado: eu precisava emagrecer! O Dr. Eduardo Araújo - falarei mais sobre ele em postagens próximas - comentou que eu estava com obesidade grau III, não estava indicando, mas já era o perfil para uma possível redução de estômago.

Gente, eu não tinha coragem nem pra fazer uma pequena cirurgia para reparar os ligamentos rompidos do tornozelo, imagine uma cirurgia dessa natureza?

Então conversamos sobre hábitos, ele fez questão de esclarecer ponto por ponto, muito cuidadoso, recebi orientações alimentares e algo novo e cintilante estava acontecendo...

domingo, 15 de agosto de 2010

Mas por que você mudou assim? (Parte II)

O susto de ter que tomar remédio para controlar a pressão foi uma boa dose dupla de água no balde que acabou transbordando...

É que antes mesmo de iniciar o tratamento de hipertensão em janeiro, eu havia me machucado feio em dezembro de 2009. Eu estava em cartaz com a peça Córtex, da Cia Teatro da Queda, lá no Teatro Gamboa Nova. 


Antes de começar a peça, subi para a entrada do Teatro, para recepcionar o público. Em um passo em falso, meu pé virou e eu senti uma dor estúpida. Desci para o camarim, coloquei gelo e fiz a peça todinha morreeeendo de dor. E no final ainda tinha que vestir salto alto e dançar. Fui direto pro COT, imobilizaram meu pé e passaram exames.

Resumo da obra: entorse, rompeu ligamento, não pode pisar. Passei o reveillon na cadeira de rodas. Só ia pra fisioterapia e pro shopping (na cadeira). Mas aqui tem um ponto super importante. Nos momentos em que eu estava "andando" com muletas, eu percebi o quanto estava pesado. Tanto que só as usava para distâncias curtas mesmo. Imagina aquele peso todo apoiado em uma perna só?

E quem tentava me ajudar gente? Empurrando a cadeira, tentando dar apoio... Eu estava muito gordo e ficando cansado até de ficar em pé parado.

Este vídeo abaixo foi gravado quando eu já tinha melhorado bastante. Estava com o pé imobilizado pelo robofoot e fui ao aniversário de uma amiga.  Para subir as escadas, a melhor solução foi sentar e subir de "bundinha". Tentei com muletas, mas 40 segundos eram uma eternidade de dor e medo de desequilibrar.




Algo de novo e urgente acontecia comigo...




quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mas por que você mudou assim?


 
Eu sempre fui gordinho. E na adolescência fui gordo de verdade. Mas quando entrei na faculdade em 2007, por causa da correria da vida acadêmica, ensaios teatrais, estágios e tudo o que parece acontecer simultaneamente, eu me descuidei demais da saúde. Cheguei em um determinado momento em que eu só almoçava nos fins de semana. De segunda a sexta eu lanchava rápido para conseguir chegar nos lugares. Ou atrasava o lanche para o meio da tarde. E nem tomava café-da-manhã.Tenham plena certeza que esses lanhces eram da pior especie...

Cheese Egg Burger & similares; coxinha; acarajé; Mc Tasty; temaki frito; pizza; salgadinhos; torta; pastel frito; kibe; pãozinho de queijo; esfiha [...]

O jantar era provavelmente da mesma natureza. E durante a noite, estudando em casa ou preparando trabalhos e planos de aula, a geladeira era consultada com a mesma frequencia que consulto o Google.

Eu comia lanches da Mc'Donalds, Habib's e Burger King duas vezes na semana, no mínimo. Na rua ou pedindo por telefone - e neste caso, quando eram entregas em domicílio piorava a situação: quando eu pedia Habib's, eram pedidos que davam para alimentar uma tropa. Então, além de exagerar nos petiscos antes de dormir, dava pra passar alguns dias com esta "dieta árabe"!

Entretanto, meus exames de rotina não eram assustadores até então. É claro que ser obeso já é preocupante, mas não era o caso de taxas super fora de referência. Até que em 2010...

Em uma consulta com cardiologista, ele receitou remédio para controle da hipertensão. Uma herança que recebi da minha avó paterna e de toda minha família materna. Eu já tinha tido picos de pressão alta, mas estavam sempre relacionados à situações pontuais. Mas neste ano concluiu-se que eu andava com a pressão descontrolada mesmo.

A sensação de tomar remédio para pressão todo dia de manhã era angustiante. Eu estava me vendo repetindo um hábito que cresci vendo meus familiares fazendo. Mas eu tinha 21 anos!

Algo de novo acontecia comigo...

Você não fez redução?


Foto de Luís Gonçalves
Primeira postagem.

Entãao, pra começar, a pergunta susto que se tornou sagrada na vida deste jovem professor/ator/palhaço/ex-obeso(?): Você não fez redução de estômago?

É claro que essa questão não vem do nada - está lá Gustavo atravessando a rua e um fiscal do IBGE o interpela com tal dúvida! Não, não. Ou a pergunta é resultado de algum encontro com uma pessoa que não vejo há certo tempo e percebe que emagreci bastante (e imediatamente pressupões que fiz uma cirurgia) ou quando relato pra qualquer pessoa que perdi 46kg (marca de hoje) em 5 meses. E a pergunta vem naturalmente da meeesma forma.

Sim. Eu escrevi certinho sim:
46kg em 5 meses.
Quarenta e cinco quilogramas em cinco meses.


Vamos lá: eu pesava 128kg e apresentava obesidade grau III (só vai até o III viu gente? É obesidade mórbida) e hoje peso 82 e tenho o chamado sobrepeso (muito mais legal de falar em hein?)

- 46kg em 5 meses?

Essa é a segunda pergunta que vem quando a minha resposta sobre a cirurgia é não. Dita com um tom de voz um pouco mais elevado.

Daaaí, com todo esse espanto, resolvi registrar em forma de blog. E o quê? Pra quê? Como?

A minha intenção não é de forma alguma uma bandeira contra a cirurgia de redução de estômago. Nem tenho conhecimento para tal. Só resolvi expor que existem formas de emagrecer sem a bariátrica (e todos nós sabemos disso, mas agora eu fui o sujeito da ação).

Também não intento formular manuais, estratégias... não sou nenhum especialista. Quero dialogar sobre o assunto. É como se fosse um diário mesmo.

Para isso, nas próximas postagens vou contando aos poucos a trajetória até agora. Depois, sigo relatando novas mudanças e conquistas.

Enfim. Isto tudo é principalmente pra dividir a alegria de sentir-se bem. E torço que isso seja contagioso de certa forma. Então espero sempre comentários.

Está dado o 1º passo. IÓ!